segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Depois de espancar a filha, prefeito é elogiado na internet

Amauri Ribeiro (PRP) disse que deu um “corretivo” na menina de 16 anos em nome da “moral e zelo pela família”, após encontrar fotos íntimas no celular da jovem. Em vez de ser criticado pela violência, o político recebeu uma enxurrada de elogios nas redes sociais em apoio à atitude
Por Redação
O prefeito de Piracanjuba (GO), Amauri Ribeiro (PRP), admitiu ter sido o responsável pelos hematomas que aparecem no corpo da filha em imagens publicadas nas redes sociais. Em um vídeo divulgado após a repercussão do caso, ele afirmou que deu um “corretivo” na menina de 16 anos depois de encontrar fotos íntimas no celular dela. “Qualquer pai que tenha amor pela moral e zelo pela sua família teria se desesperado ao ver o que eu vi”, tentou justificar.
Apesar das marcas nítidas de violência, muitas pessoas ficaram ao lado do prefeito e defenderam o motivo das agressões. “Antigamente a educação era assim e ninguém morria por isso”, escreveu uma internauta. “Agora ela tinha que levar outra surra por ter denunciado o pai que quer ver o bem dela”, disse outra. “Nesse caso ele tem todo o direito de educar”, opinou um terceiro.
O Conselho Tutelar fez uma denúncia formal ao Ministério Público de Goiás (MP-GO). O promotor da Infância e da Juventude de Piracanjuba, Keller Divino Adorno, informou que já ouviu a adolescente. A jovem explicou que apanhou de cinto, fez as fotos e repassou à avó materna que, por meio de um parente, publicou no Facebook.
Esse não é o primeiro caso de descontrole envolvendo Amauri. No início deste mês, ele discutiu e quase agrediu o vereador Reinaldo Celestino (PSC), que tem deficiência física, em uma sessão na Câmara Municipal. A briga começou depois que a base do prefeito foi criticada na Casa durante discussão sobre o projeto de lei que pretende diminuir o número de vereadores da cidade.
Veja alguns comentários sobre o episódio de agressão à adolescente:
prefeito2

Absurdo: Grupo defende em outdoor e no Facebook o 'fim dos privilégios para deficientes' em Curitiba


OUTDOOR
Um outdoor, um página no Facebook e uma petição online. É assim que um grupo intitulado Movimento pela Reforma de Direitos quer o “fim dos privilégios para deficientes” em Curitiba. De acordo com postagens do grupo no Facebook, a iniciativa visa pôr fim a “leis que privilegiam uma minoria e esquecem a maioria”.
Não está claro se a iniciativa é mesmo para valer ou se não passa de uma campanha publicitária. De acordo com informações da Rádio Banda B, um outdoor com a mensagem do grupo, localizado no bairro Vista Alegre, causou revolta entre moradores da região.
O Movimento pela Reforma de Direito tem objetivos muito claros. Queremos parar de ser prejudicados por leis que privilegiam uma minoria e esquecem a maioria. Estas são nossas reivindicações.
Redução em 50% das vagas exclusivas pra deficientes
Quem já ficou horas atrás de uma vaga para estacionar, e sempre olhava para aquelas vagas de deficientes vazias, sabe como isso é importante. É para o bem-estar de muita gente.
Fim das cotas para deficientes em empresas
Você tem ideia do quanto uma empresa precisa gastar para se adaptar para um funcionário deficiente? Esse dinheiro poderia ser investido em salários melhores, em condições de trabalho para quem leva o negócio pra frente, não é? Quem for bom vai ser contratado, sendo deficiente ou não. É por isso que queremos o fim das cotas para deficientes em empresas com mais de 100 funcionários.
Redução em 50% de filas e assentos exclusivos para deficientes
Todo mundo sofre com ônibus lotado e filas gigantes em bancos, não só os deficientes. Por isso, queremos que dediquem mais assentos e atendentes para todos. Chega de lugar vazio com gente em pé. Chega de atendente esperando com gente precisando ser atendida.
Pelo fim da isenção de impostos na compra de carro zero
As marcas de automóvel e o governo não vão pagar por esse desconto. Sabe quem vai? Eu, você e todo mundo que não tem culpa nenhuma de não ter deficiência. Carro já é caro demais pra gente ainda ter que ficar sustentando descontos para os outros. Querem ser tratados com igualdade? Então paguem o mesmo que qualquer um.
Pelo fim das cotas em concurso público
Você estuda por anos, dedica-se, vai bem na prova. Aí chega a lista e você perdeu seu futuro profissional por causa de uma cota. Coloque-se no lugar de quem passa por isso e pense: é justo?
Pelo fim à gratuidade para deficientes
É ótimo incentivar a cultura, mas para todos. Você, que gosta de ir a shows, acha certo que cobrem um preço pesado, que faz falta no seu mês, para que outras pessoas paguem menos? Acha certo pagar por eles? Porque é isto que acontece: os descontos para deficientes são pagos por você. E se você deixa de ir naquele show que tanto queria porque está muito caro, pode ser que um deficiente vá, pagando o que seria justo para todos.

Nas redes sociais, o absurdo também não foi perdoado pelos internautas...

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À rádio de Curitiba, os responsáveis pela página e pelo outdoor afirmaram querer “tornar toda a sociedade mais justa trazendo mais justiça para alguns direitos, equiparando alguns benefícios com todos”.



As marcas de automóvel e o governo não vão pagar por esses descontos. Sabe quem vai? Eu, você e todo mundo que não tem culpa nenhuma de não ter deficiência. Carro já é caro demais pra gente ainda ter que ficar sustentando desconto para os outros. Querem ser tratados com igualdade?
Então paguem o mesmo que qualquer um.
Junte-se a nós, assine a petição: http://tinyurl.com/peticaoMRD

Preso por trocar notas por sexo, professor é conservador, evangélico e contra políticas para gays

Evangélico, ferrenho defensor da família, da direita, da moral e dos bons costumes e contra políticas de igualdade de gênero. É assim que o professor de história do Instituto Federal de Mato Grosso em Cuiabá, Adriano Knippelberg de Moraes, de 29 anos, se apresentava a seus alunos e alunas nas aulas e através de suas redes sociais.

Nesta terça-feira (30), ele foi preso pela Polícia Civil, acusado de fazer sexo com alunas em troca de elevação nas notas escolares.

A prisão foi efetuada pela  Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). De acordo com a Polícia, as vítimas têm idade entre 15 e 17 anos.

Curiosamente, o último compartilhamento em seu Facebook foi uma montagem do discurso inflamado feito pelo Pastor Silmas Malafaia, na semana passada, durante um debate para discutir o Estatuto da Família, no Congresso Nacional.

No vídeo ainda aparecem os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Pastor Marcos Feliciano (PSC-SP). O professor ainda se posiciona contrário à política de gênero, proposta pelo Plano Nacional de Educação.

Adriano também faz questão de reproduzir frequentemente trechos da bíblia em seu perfil. Entre as curtidas, estão a da Igreja Batista Nacional do Brasil, além de cantores evangélicos.

Deputado evangélico apoiado por professor diz que gays são ameaça à raça humana
Deputado evangélico apoiado por professor diz que gays são ameaça à raça humana
O professor também compartilha uma postagem feita pelo deputado federal Pastor Victório Gali (PSC-MT), líder da bancada evangélica mato-grossense, que é composta só por ele. Há uma semana, o parlamentar afirmou que gays representam uma ameaça à raça humana na Terra.

O compartilhamento defende um projeto de lei apresentado por Galli para proibir que o Big Brother seja transmitido em canal aberto por ter “conteúdo impróprio”.

No dia 24 de dezembro de 2013, o professor postou, como foto de capa de seu perfil, uma bandeira de Israel.

A Polícia começou a investigar o professor após uma denúncia anônima que foi confirmada por uma aluna, que registrou boletim de ocorrência. A aluna mostrou à Polícia, inclusive, conversas em aplicativos de celular com o professor.

Ao delegado, o professor admitiu que manteve relações sexuais com alunas, mas negou que tenha sido em troca de notas. O IFMT informou que instaurou processo administrativo que poderá gerar sua demissão.

Secretaria de Educação de Alckmin fala em abrir “guerra” contra estudantes: áudio da reunião vazou

geraldo_alckminEm reunião realizada agora há pouco, na antiga escola Normal Caetano de Campos, a primeira escola pública de São Paulo na era republicana, cerca de 40 dirigentes de ensino do Estado de São Paulo receberam instruções de Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald, sobre como deverão agir a partir de amanhã para quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários que estão em luta contra a reorganização escolar pretendida pelo governador Geraldo Alckmin.
A reunião foi realizada em uma sala anexa ao próprio gabinete do secretário.
Jornalistas Livres estavam lá e escutaram o chefe de gabinete anunciar para os dirigentes de ensino que o decreto da “reorganização sai na [próxima] terça-feira”. Segundo ele, “estava pronto na quinta passada (26/11) para o governador assinar”, mas pareceria que o governador não “tinha disposição para o diálogo”. A maioria na sala (todos “de confiança” do governo), suspirou de alívio, e Padula emendou: “Aí teremos o instrumento legal para a reorganização”.
Trata-se de uma gravação esclarecedora, que merece ser ouvida em sua íntegra pelo que tem de revelador. Nela, o chefe de gabinete Padula repete inúmeras vezes que todos ali estão “em uma guerra”, que se trata de organizar “ações de guerra”, que “a gente vai brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando contra a reorganização]”. Fala-se da estratégia de isolar as escolas em luta mais organizadas. Que o objetivo é mostrar que o “dialogômetro” do lado deles só aumenta, e que a radicalização está “do lado de lá”.
Também importante foi o ponto em que o chefe de gabinete falou da estratégia de “consolidar” a reorganização. A idéia é ir realizando as transferências, normalmente, deixando “lá, no limite” aquela escola que estiver “invadida”. Segundo ele, o máximo que ocorrerá será que aquela escola “não começará as aulas como as demais”.
A reunião mencionou também o papel de apoio que a Secretaria de Segurança Pública, do secretário Alexandre de Moraes, está tendo, fotografando as placas dos veículos estacionados nas proximidades das escolas, e identificando os seus proprietários. Com base nessas informações, a Secretaria de Educação pretende entrar com uma denúncia na Procuradoria Geral do Estado contra a Apeoesp.
Padula contou como procurou o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, “A gente precisa procurar todo mundo, não é?”, dele recebendo a orientação para responder aos que se opõem à “reorganização”. “Vocês precisam responder”, teria dito dom Odilo ao chefe de gabinete do secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald. Dom Odilo teria afirmado ainda que “as ocupações nas escolas têm o objetivo de desviar o foco de Brasília”.
Foi interessante notar que a mesma reunião que insistia em denunciar a presença de partidos e organizações radicais entre os meninos e meninas contou com o anúncio solene da presença de um militante do Movimento Ação Popular, ligado ao PSDB e presença frequente nas manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
AUDIO:https://www.youtube.com/watch?v=68qbymS6Xvc

'Cristãos e muçulmanos são irmãos', afirma o Papa em mesquita de Bangui

O Papa Francisco chega para visitaa mesquita de um bairro muçulmano de Bangui, capital da República Centro-Africana (Foto: Gianluigi Guercia/AFP)
O Papa Francisco afirmou nesta segunda-feira (30) que cristãos e muçulmanos são "irmãos" e fez um apelo para que rejeitem o ódio e a violência, durante uma visita à mesquita de um bairro muçulmano de Bangui, capital da República Centro-Africana.
"Cristãos e muçulmanos são irmãos e irmãs", disse. "Os que clamam que acreditam em Deus também devem ser homens e mulheres de paz".
"Juntos digamos 'não' ao ódio, à vingança, à violência, em particular à qual se comete em nome de uma religião ou de Deus. Deus é paz, salam", afirmou o pontífice, após um encontro com a comunidade muçulmana na mesquita.O pontífice se reuniu com os líderes muçulmanos do bairro PK 5 e deve discursar em uma área que sofre com a violência sectária. A visita acontece sob fortes medidas de segurança, com o apoio da força da ONU no país (MINUSCA). Esta é a etapa mais perigosa de sua visita.
Francisco lembrou que como "irmãos", cristãos e muçulmanos têm que "permanecer unidos para que acabe toda ação que, venha de onde vier, desfigura o rosto de Deus e, no fundo, tem como objetivo a defesa com veemência de interesses particulares em prejuízo do bem comum".
Este encontro com líderes muçulmanos é um dos atos mais simbólicos da viagem do Papa, que ele mesmo se encarregou de destacar: "Minha visita pastoral à República Centro-Africana não estaria completa sem este encontro com a comunidade muçulmana".
O país se encontra imerso em uma espiral de violência desde 2013, quando os ex-rebeldes Séléka - de maioria muçulmana - derrubaram o governo de François Bozizé e provocaram uma reação das milícias anti-balaka - cristãos e animistas.

Complexo esportivo
Depois da visita à mesquita, o pontífice seguiu para o complexo esportivo que leva o nome de Barthelemy Boganda, um sacerdote católico indígena, "pai da pátria", morto em 1960, pouco depois da proclamação da independência.
No estádio, com capacidade para 30 mil pessoas, celebrará a última missa de sua viagem ao continente africano.
A etapa de um dia e meio em Bangui já pode ser considerada um sucesso, apesar das críticas dos céticos. O papa, enérgico ante a espiral de vingança, foi recebido com fervor, apesar do ódio que persiste entre a população.
No domingo, não citou a palavra muçulmano, consciente de que este conflito tem raízes políticas.
Francisco defendeu a unidade e pediu que as pessoas não cedam "à tentação do medo do outro, do desconhecido, do que não é parte de nosso grupo étnico, nossas opiniões políticas ou nossa confissão religiosa".
Um Ano Santo, o "Jubileu da Misericórdia", sobre o perdão, começará em 8 de dezembro, mas foi inaugurado no domingo com a abertura de uma "porta sagrada" na catedral de Bangui.
Papa Francisco, em visita a República Centro-Africana (Foto: Gianluigi Guercia / AFP)Papa Francisco, em visita a República Centro-Africana (Foto: Gianluigi Guercia / AFP)

Como a tragédia em Mariana abala a Samarco e a mineração

Mariana (MG), depois do acidente
Até a tarde do dia 5 de novembro, a mineradora Samarco desfrutava de prestígio em Mariana, uma das cidades históricas que formam o quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. Desde a década de 70, a empresa opera um complexo de minas e usinas de beneficiamento de minério de ferro no município. A Samarco sempre foi bem-vista por ali.
Na crise recente, causada pela queda no preço do minério, ela demitiu apenas 23 dos 1 900 empregados em Mariana — número irrisório para causar impacto na economia local. Neste ano, a prefeitura conseguiu da empresa uma doação de 3 milhões de reais — à parte dos tributos que recolhe ao Fisco do município — para melhorar o abastecimento de água dos 59 000 habitantes.
A Câmara Municipal havia anunciado recentemente uma menção honrosa à Samarco pelo envolvimento com a comunidade. A boa imagem desmoronou com o rompimento da barragem de Fundão e o transbordamento do dique de Santarém, dois depósitos de rejeitos da empresa.
Um mar de lama cobriu o distrito de Bento Rodrigues, causando 11 mortes, 12 desaparecimentos (pelo que se sabia até o dia 17, quando esta edição fechou) e deixando 601 moradores desabrigados. “Estávamos surfando uma onda muito boa”, diz um executivo da companhia que prefere não ser identificado. “Mas agora a Samarco não é mais uma mineradora. Ela se tornou uma empresa de ajuda humanitária. Os funcionários foram dispensados, mas servem como voluntários na tragédia. Levamos um tombo e não sabemos se vamos nos levantar.” 
A dúvida sobre o futuro da Samarco é consequência imediata do acidente, cujas causas estão sob investigação. A empresa, uma parceria meio a meio entre a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, era uma estrela da mineração. Em 2014, o lucro líquido da Samarco foi de 1 bilhão de dólares, gerando um retorno de 57% sobre o capital investido.
A capacidade da mineradora é de 30 milhões de toneladas ao ano — 2% da oferta global. Sua ausência do mercado após o acidente pode fazer o preço do minério de ferro chegar perto de 50 dólares a tonelada, 7,5% acima do patamar atual, segundo estimativa da consultoria Tendências.
Para a Samarco, sobram os custos. A empresa teve 300 milhões de reais do caixa bloqueados e acordou com o Ministério Público mineiro destinar 1 bilhão para reparos emergenciais. A conta não para aí. O Ibama deve aplicar uma multa de 250 milhões.
O maior gasto deve vir com indenizações e a limpeza do rio Doce, transformado numa torrente de lama de 600 quilômetros até o litoral do Espírito Santo. Os cálculos desses custos variam de 2 bilhões de reais, segundo a agência de classificação de risco Fitch, a 14 bilhões, conforme estimativa de uma comissão do Congresso que discute novas regras para a mineração.
A verdade é que não se sabe aonde a conta pode chegar. No mundo desenvolvido, as cifras envolvidas num acidente ambiental de grande porte são enormes. Recentemente, a petroleira britânica BP concordou em pagar uma compensação de 18,7 bilhões de dólares ao governo americano e a cinco estados pelo vazamento no Golfo do México em 2010.
No curto prazo, a Samarco tem condições de arcar com a fatura: conta com 1,1 bilhão de dólares de cobertura de seguros e 2,2 bilhões de reais em caixa. No horizonte da empresa, o próximo grande pagamento de 1 bilhão de dólares, para amortizar sua dívida estimada em 3,7 bilhões, só ocorrerá em 2018. “Além disso, a Vale e a BHP podem fazer aportes e recolher menos dividendos da empresa”, diz Jay Djemal, diretor da Fitch para a América Latina.
Esse cenário é válido se a Samarco reativar logo a exploração. Do ponto de vista técnico, ela pode voltar a operar no ano que vem. O buraco da mina parada é capaz de receber dois anos de rejeitos — o suficiente para o reparo das barragens, que, em média, dura até 18 meses. No entanto, é preciso autorização de órgãos públicos.
No entendimento da Fitch, o processo será menos demorado se for provado que a causa do acidente foi natural, como um abalo sísmico. O imbróglio é se a Samarco for considerada negligente, o que causaria mais comoção popular.
Um relatório do banco Deutsche Bank considera que, na melhor das hipóteses, a empresa retomará a operação em 2019. Na pior, não conseguirá apoio suficiente para reiniciar as atividades e vai parar de vez. Procurada, a diretoria da Samarco não deu entrevista.

Reputação

Uma boa resposta à crise é essencial para restabelecer a relação com a comunidade. Na coletiva de imprensa rea­lizada em 11 de novembro, reuniundo os presidentes Murilo Ferreira, da Vale, Andrew Mackenzie, da BHP Billiton, e Ricardo Vescovi, da Samarco, todos disseram que a empresa só deverá voltar a operar se for esse o desejo da população local.
A Samarco já fez 923 atendimentos psicológicos, forneceu materiais para 300 crianças voltarem às aulas e recolheu espécies de peixes do rio Doce. “Se a resposta continuar rápida, o dano à reputação será reduzido”, diz Ana Luísa Almeida, diretora da consultoria americana Reputation Institute. “Outro ponto que importa é se a causa do acidente foi técnica ou ética. O primeiro caso é mais aceito pela população.”
A postura das controladoras também é importante. Aqui, a Vale deixa a desejar. Um ex-presidente de uma grande mineradora com atuação no Brasil considera que a resposta da BHP foi mais rápida e objetiva do que a da mineradora brasileira — a Vale chegou a alegar que a responsabilidade era apenas da Samarco e que não tem influência em sua operação.
De fato, os diretores da Samarco tinham autonomia para definir medidas, como reuniões mensais com o departamento de segurança para reforçar o tema. “No planejamento de 2015, houve um esforço para cortar custos”, diz o engenheiro Mauro Carvalho, que trabalhou na empresa 27 anos, até junho de 2015. “Mas os investimentos em manutenção das barragens, considerados prioritários, ficaram inalterados.”
Segundo Carvalho, a BHP e a Vale faziam auditorias a cada ano em uma área diferente da Samarco. O acidente deve forçar mudanças na gestão. Numa teleconferência com ana­listas em 16 de novembro, o presidente da BHP, Andrew Mackenzie, disse que é preciso melhorar a governança. “Nós certamente temos uma mina poten­cialmente viável”, afirma Mackenzie. “Desde que possamos encontrar uma maneira de fazer com que os rejeitos sejam descartados com segurança.”
Num cenário de fechamento da Samarco, os moradores de Mariana estariam entre os maiores prejudicados. Perto de um terço da arrecadação do município vem da empresa: são 6 milhões de reais por mês. A atividade de mineração é responsável por 8 de cada 10 reais que entram nos cofres da cidade — a Vale também tem uma operação no município. O restante vem de comércio e turismo.
“Teremos de cortar programas como os de escola em tempo integral e atendimento de médicos na casa das famílias”, diz o prefeito Duarte Júnior, um advogado de 35 anos que assumiu o cargo em junho, depois que o antecessor foi cassado por improbidade administrativa. “Defendemos que, depois de identificada a culpa e de assumida a responsabilidade, a empresa volte a funcionar.”
Independentemente do futuro da Samarco, uma coisa é certa: o acidente deve mexer com todo o setor de mineração, responsável por 4% do produto interno bruto e quase 200 000 empregos. A começar pelo aumento no rigor da fiscalização. Em outubro de 2013, um laudo técnico encomendado pelo Ministério Público de Minas Gerais alertou para o risco de rompimento na área da Samarco porque seus depósitos estão próximos de uma mina da Vale — isso poderia causar processos erosivos e danificar as barragens.
A Samarco argumentou que as estruturas seguem a recomendação da lei para segurança de barragens, de 2010, e que fiscalizações recentes, contratadas por ela própria, não detectaram falhas. “A Samarco seguia a lei”, diz Gilberto Calaes, diretor da consultoria de mineração Condet. “A questão é entender se as fiscalizações estão sendo feitas com qualidade.”
Após o desastre, funcionários do Departamento Nacional de Produção Mineral reclamaram em carta das condições de trabalho: 430 técnicos monitoram 27 000 empreendimentos por amostragem no país — só em Minas são quatro empregados para checar 300 barragens.
Em discussão no Congresso há três anos, um novo marco regulatório prevê mais obrigações legais para as mineradoras, como a formulação de um plano de recuperação de resíduos despejados em barragens, a contratação de seguro ambiental e a destinação de taxas setoriais para elevar 12 vezes o orçamento do Departamento Nacional de Produção Mineral, para 700 milhões de reais.
“Tudo isso deve aumentar as condições e a base legal para a fiscalização”, diz o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), relator do projeto. Do rastro da destruição causada pelo que já é tido como o maior desastre ambiental do país, espera-se pelo menos que boas lições sejam tiradas para o futuro.

Documento diz que banco BTG pagou R$ 45 milhões a Cunha para alterar MP

Um documento colhido pelos investigadores da Operação Lava Jato aponta suposto pagamento de R$ 45 milhões em propina ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para alterar uma medida provisória que beneficiaria o banco BTG Pactual, de André Esteves. O banqueiro foi preso na quarta-feira passada, acusado de tentar dificultar as investigações. Neste domingo, 29, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a conversão da prisão temporária do executivo em prisão preventiva - sem prazo para expirar.
Cunha nega ter recebido vantagens indevidas e disse que suas emendas foram contrárias aos interesses do banco. O BTG afirmou que a medida provisória mencionada não o contemplou.
O papel foi encontrado na residência do chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, em busca feita na semana passada. O parlamentar e o assessor, assim como o advogado Edson Ribeiro, também foram presos. Os quatro são suspeitos de participar de tratativas para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, com oferta de R$ 50 mil para a família do ex-executivo, a fim de evitar a menção ao nome de Delcídio ou do BTG em eventual acordo de delação premiada.
No documento apreendido, Diogo Ferreira teria feito um roteiro de uma das reuniões entre Delcídio e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras que gravou as conversas entre os dois. No encontro, o senador teria dito que conversaria com ministros do Supremo Tribunal Federal para viabilizar um habeas corpus para o ex-dirigente da estatal preso em Curitiba.
No verso do papel, há o seguinte texto: "Em troca de uma emenda a medida provisória n.º 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de R$ 45 milhões. Pelo BTG participaram da operação Carlos Fonseca, em conjunto com Milthon Lyra".
Não há especificação se o texto em que há a menção a Cunha é manuscrito ou impresso. No documento, há indicação de que a propina de R$ 45 milhões seria destinada também a "outros parlamentares" do PMDB.
A inscrição consta no pedido da Procuradoria-Geral da República encaminhado ao STF para pedir a substituição da prisão temporária - que tem prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco - por prisão preventiva no caso de Esteves e de Ferreira. Se ainda estivessem na temporária, os dois poderiam ser liberados hoje. As prisões de Delcídio, líder do governo no Senado, e Edson Ribeiro eram preventivas desde o início.
Mérito
Apesar de citar o documento encontrado na casa do chefe de gabinete de Delcídio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não analisa o mérito do caso nem faz comentários sobre a eventual existência de uma investigação a respeito.
Ainda de acordo com o texto, depois "que tudo deu certo", Cunha e Esteves participaram de um jantar em comemoração. "Depois que tudo deu certo, Milton Lyra fez um jantar pra festejar. No encontro tínhamos as seguintes pessoas: Eduardo Cunha, Milton Lira, Ricardo Fonseca e André Esteves", diz o texto.
A Medida Provisória 608/2013, de março de 2013, tratava de créditos tributários, criando novas opções de capitalização dos bancos. O objetivo descrito no texto da MP era enquadrar as instituições em regras internacionais mais rígidas e prepará-las para enfrentar crises como a de 2008.
Segundo o sistema eletrônico de acompanhamento da Câmara, foram apresentadas 28 emendas ao texto original, sendo duas de Cunha. A primeira nada tinha a ver com a matéria. Era o que se chama de "jabuti" e tratava do fim da obrigatoriedade do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Já a segunda retirava da MP artigo que tratava de benefícios envolvendo bancos em liquidação. As duas emendas foram rejeitadas.
Ao pedir que as prisões de Esteves e Ferreira passassem a ser preventivas, Janot apontou que há um vasto material colhido nas buscas e apreensões. As diligências foram feitas em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Ainda segundo investigadores, há uma "robusta evolução" das apurações contrárias a Esteves.
Ao acolher o pedido da Procuradoria, o ministro Teori Zavascki afirmou que os depoimentos prestados desde a realização das prisões e o material coletado em buscas "permitiram o preenchimento dos requisitos para a decretação das prisões preventivas". Pela legislação, a prisão preventiva pode ser decretada para garantir a ordem pública, conveniência da investigação criminal ou assegurar a aplicação da lei.
O advogado de André Esteves, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que ainda não teve acesso à decisão do STF.
A expectativa era de que a PGR oferecesse denúncia ao Supremo contra Delcídio, Esteves, Ribeiro e Ferreira no fim de semana ao solicitar a prorrogação das prisões. Segundo a Procuradoria, no entanto, o prazo para fazer a acusação não começou a correr pois a PF ainda não terminou as investigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 29 de novembro de 2015

Médico do DF que chamou técnica de 'pretinha da senzala' é condenado

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou um médico a três anos e três meses de prisão por ofender uma técnica em enfermagem com as palavras “neguinha, burrinha, sujinha e pretinha da senzala”. O incidente aconteceu quando ele acompanha a mulher em uma cesariana, depois de a profissional pedir ajuda para passar a paciente da maca para uma cama. Levado à delegacia, o homem abaixou as calças até os joelhos e ficou só de cueca na frente dos policiais. Cabe recurso à decisão.

“Outros agravantes considerados foram o fato de o crime ter sido praticado no ambiente em que a vítima trabalhava e, além de o acusado xingar a vítima, cuspiu e bateu em seu rosto. Provas demonstraram que a técnica em enfermagem sofreu abalo psicológico, tendo feito, inclusive, uso de medicamento.”
Pela sentença, o médico também deverá indenizar a técnica em R$ 8 mil. O crime ocorreu em uma clínica de Taguatinga. Na sentença, o juiz disse que o homem deveria estar preparado para conviver com situações adversas.
O caso aconteceu em 22 de maio de 2010. Inconformado com o pedido para ajudar a técnica, o homem disse que estava pagando e que a profissional deveria chamar outra pessoa para ajudá-la. Ao sair do quarto para buscar ajuda, a vítima foi seguida pelo médico, que passou a xingá-la e a agrediu.
De acordo com o Código Penal, a pena por injúria varia entre 1 e 3 anos de prisão. Se a investigação apontar que houve racismo, a suspeita pode responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989. Há várias penas possíveis, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não dá direito a fiança.
Por meio do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação, o Ministério Público moveu 43 denúncias de injúria racial no primeiro semestre de 2015. O primeiro caso aconteceu em fevereiro, entre dois servidores do Hospital Regional da Asa Norte.
Campanha
O governo do Distrito Federal lançou neste mês campanha nas redes sociais para conscientizar a população a repensar sobre o uso de “frases [que] parecem engraçadinhas e inofensivas”, mas têm origem racista. Entre os exemplos dados pelo Executivo estão “a coisa tá preta”, “lista negra”, “não sou tuas negas”, “beleza exótica”, “humor negro” e “cabelo ruim”.

Em depoimentos, Delcídio e André Esteves entram em contradição

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ambos presos nesta semana pela Polícia Federal pela acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, que apura desvios em contratos da Petrobras, caíram em contradição em depoimentos prestados nesta semana.
Ambos foram presos pela Polícia Federal nesta semana após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, concordar com as alegações do Ministério Público de que eles atuavam de forma organizada e permanente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
À Polícia Federal, o senador Delcídio afirmou ter conversado com o banqueiro sobre Nestor Cerveró - ex-diretor da Petrobras. Mas André Esteves negou. Em seu depoimento, o banqueiro afirmou que nunca tratou com Delcídio do Amaral, ou com quer que seja, sobre a colaboração premiada de Nestor Cerveró. Disse ainda que nunca pagou o ofereceu vantagem financeira relacionada a este eventual acordo de colaboração.
O banqueiro preso, segundo a investigação, tinha uma cópia do acordo de delação premiada de Cerveró, um documento que é sigiloso. A Polícia Federal pretende descobrir quem vazou essa cópia. São suspeitos para a polícia Sérgio Vieira, advogado do operador Fernando Baiano, e a advogada de Cerveró, Alessi Brandão. Os dois foram citados na gravação feita pelo filho de Nestor cerveró e serão ouvidos na investigação.

A defesa de André Esteves alega que as falas foram usadas fora do contexto e afirma que o banqueiro nunca teve acesso à delação premiada feita por Nestor Cerveró.
 Cópia da delação no gabinete de Delcídio

A Polícia Federal também apreendeu no gabinete do senador Delcídio do Amaral uma cópia da delação premiada de Fernando Soares, o Fernando Baiano, como o jornal O Globo informou e o Jornal Nacional confirmou. O documento é mantido sob sigilo pela Justiça. A informação foi confirmada pelo advogado Délio Lins e Silva Junior, que defende Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador.
Prisão
Delcídio do Amaral foi preso pela PF na última quarta-feira (25). Segundo as investigações, ele estava atrapalhando as investigações da Lava Jato.
Nas gravações telefônicas que embasaram o pedido de prisão feito pela PGR, Delcídio oferece para o filho de Cerveró, além da fuga para a Espanha, uma mesada de R$ 50 mil para o ex-diretor não citar o parlamentar em delação premiada. A gravação foi feita pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró.
Para a polícia, Delcídio confirmou que é a voz dele que está na gravação. Ele alegou, no entanto, ser inocente e negou que tenha oferecido mesada de R$ 50 mil mensais para que Cerveró evitasse fazer acordo de delação premiada.
Depoimento de Delcídio
Em depoimento nesta semana, Delcídio disse aos policiais que queria a soltura do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró por "questões humanitárias".
A GloboNews teve acesso ao depoimento dado por Delcídio à PF. O senador também falou que tinha informações de que o vice-presidente Michel Temer tinha relações próximas com o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, também preso pela Lava Jato.
Na gravação telefônica, o senador fala para o filho de Cerveró e para o advogado que o vice-presidente da República, Michel Temer, havia procurado o ministro do STF Gilmar Mendes para tratar sobre Zelada. Segundo diz Delcídio na conversa por telefone, Temer estaria "preocupado" com Zelada.
O senador explicou aos policiais que citou Temer porque, segundo "informações que se tinham à época", o vice-presidente mantinha relações próximas com Zelada. Questionado sobre o que seria essa proximidade, Delcídio disse que preferia não responder.
A assessoria de imprensa de Temer, que também é presidente do PMDB, divulgou nota nesta sexta sobre a declaração de Delcídio. O texto diz que "Jorge Zelada foi levado à presidência do PMDB por estar sendo indicado para cargo na Petrobras, ocasião em que foi apresentado a Michel Temer. O presidente do PMDB não o indicou nem trabalhou pela sua manutenção no cargo".
Na nota, a assessoria diz que repudia as declarações do senador. "Portanto, o presidente do PMDB nega qualquer relação de proximidade com Jorge Zelada e repudia veementemente as declarações do senador Delcídio do Amaral", completa o texto.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Governo russo pede a seus cidadãos na Turquia que abandonem o país

A Rússia pediu que seus cidadãos que se encontram na Turquia voltem para casa, dois dias depois que um avião militar russo foi abatido pela aviação turca.
Embaixada
"Dadas as atuais ameaças terroristas em território turco, recomendamos uma vez mais aos russos que se encontram lá por motivos pessoais que voltem para a Rússia", informou o ministério das Relações Exteriores.
A Turquia convocou nesta quinta-feira (26) o embaixador russo para denunciar "ataques físicos" contra sua embaixada em Moscou.
"Estamos consternados em ver nossas representações na Rússia e as empresas turcas nesse país serem vítimas de ataques físicos, sob pretexto de manifestações", lamentou o ministério das Relações Exteriores turco em um comunicado.
A Turquía pediu à Rússia que tome medidas de segurança adicionais urgentes a fim de proteger as missões diplomáticas turcas.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Mesmo preso, Delcídio continua com salário de senador de R$ 33,7 mil

Primeiro senador brasileiro a ser preso durante o mandato desde a Constituição de 1988, Delcídio do Amaral (PT-MS) continuará com as prerrogativas do cargo enquanto estiver detido e ainda tem direito a receber seu salário de R$ 33,7 mil, de acordo com a Secretaria-geral da Mesa do Senado.
De acordo com o regimento interno do Senado, ao ser preso, o senador entrou em licença automaticamente. Esse tipo de licença não tem prazo – ou seja, o senador pode ser considerado em licença durante todo o período em que estiver detido, até o fim do mandato. Nesse período, ele continua com as prerrogativas de senador – como o foro privilegiado.Líder do governo no Senado, Delcídio foi detido nesta quarta-feira (25), pela Polícia Federal (PF), acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Em uma gravação, ele oferece R$ 50 mil mensais à família de Nestor Cerveró para tentar convencer o ex-diretor da área internacional da Petrobras a não fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

A Secretaria-Geral da Mesa do Senado informou que, se o senador permanecer preso, depois de 120 dias o suplente será chamado para que o Mato Grosso do Sul não fique com um parlamentar a menos. Até esse período, de acordo com a SGM, o senador receberá salário. O primeiro suplente de Delcídio é Pedro Chaves (PSC).
No eventual cenário de Delcídio ser mantido preso e um suplente ser chamado, a Secretaria-Geral da Mesa informou que ainda não está definido se o senador preso terá direito a receber salário, diante do ineditismo do caso. As prerrogativas de parlamentar, entretanto, serão mantidas.

Oposição
O Senado decidiu, nesta quarta, em votação aberta, manter a ordem de prisão expedida pelo Supremo contra o senador Delcídio do Amaral, líder do governo na Casa. Com isso, o parlamentar petista continuará preso por tempo indeterminado. A manutenção da prisão foi decidida por 59 votos favoráveis, 13 contra e uma abstenção.

Nesta quinta, a oposição já ameaçou entrar com representação contra Delcídio no Conselho de Ética para pedir a cassação do mandato dele por quebra de decoro parlamentar.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) disse que sugeriu ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que a Mesa do Senado comunique oficialmente ao Conselho de Ética que há um senador preso. Se isso não ocorrer até o início da próxima semana, Cássio Cunha Lima disse que a oposição entrará com representação.

“Se a Mesa Diretora não fizer a comunicação, os partidos de oposição farão a representação e o processo será aberto, respeitando devidos processos legais, e o plenário vai decidir sobre futuro do mandato do senador Delcídio”, afirmou
.

Donald Trump ridiculariza repórter com doença congênita em discurso

O pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos Donald Trump foi fortemente criticado por ridicularizar um repórter do jornal “The New York Times” que sofre de uma doença congênita. Trump imitou o repórter, que tem problemas de movimento, durante um discurso a apoiadores na noite de terça-feira (24).
Kovaleski tem artrogripose, uma condição congênita que afeta o movimento das articulações.No discurso, Trump ridicularizou Serge Kovaleski, repórter do jornal que contestou a alegação do pré-candidato de que milhares de muçulmanos em Nova Jersey comemoraram os ataques de 11 de setembro de 2001. Enquanto falava, Trump agitava os braços.
Após a declaração, o jornal classificou o ato de Trump como “ultrajante”.
Em 2001, Kovaleski trabalhava no jornal “Washington Post” e foi um dos autores de um relatório citado por Trump, que afirmava que as autoridades da cidade de Jersey haviam detido e questionado pessoas que teriam sido vistas celebrado os ataques.
O jornal adicionou posteriormente uma correção ao artigo, se distanciando das alegações.
Com a insistência de Trump no assunto durante a atual campanha eleitoral, Kovaleski disse nesta semana não se lembrar de ninguém dizendo que “milhares, ou mesmo centenas de pessoas, estavam celebrando.”
Um porta-voz do “The New York Times” disse ao site Político que “achamos que é ultrajante que ele tenha ridicularizado a aparência de um de nossos repórteres.”

Celebridades 'apanham' em campanha de artista contra violência doméstica

Um artista e ativista italiano criou um trabalho inusitado para chamar a atenção ao problema da violência doméstica que muitas vezes acaba sendo encoberta pela falta de denúncias.
Para mostrar que qualquer mulher está sujeita ao problema e incentivar vítimas a não ficarem caladas, Alexsandro Palombo acrescentou roxos e marcas de violência sobre imagens de famosas como Angelina Jolie, Emma Watson e Madonna - que teriam cedido fotos suas para a campanha, lançada nesta semana para marcar o Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência contra a Mulher.
Image copyrightAlexsandro Palombo
Image captionEmma Watson, a Hermione da série 'Harry Potter', também cedeu foto para a campanha
O trabalho tem o slogan "A vida pode ser um conto de fadas se você quebrar o silêncio. Nenhuma mulher está imune à violência doméstica", acompanhado pela hashtag em inglês #STOPVIOLENCEAGAINSWOMEN".
Image copyright
Image captionKristen Stewart, da série 'Crepúsculo'
"Fiz essa série porque queria que as pessoas refletissem sobre essa questão, que é muito importante", afirmou Palombo. "A violência doméstica é um 'câncer social' que pode afetar qualquer pessoa, seja você uma pessoa normal ou uma celebridade", completou.
Image copyrightAlexsandro Palombo
Image captionCantora Madonna com hematomas para simbolizar a violência doméstica
As modelos Kim Kardashian e Kendall Jenner, e a atriz e cantora Miley Cyrus também estampam a campanha.
"As celebridades escolhidas são perfeitas para interpretar esse papel - mostrando que ninguém está imune à violência - e para espalhar essa mensagem pela arte", observou Palombo.
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Image captionA cantora Miley Cyrus também participa da campanha
"O silêncio mata mais do que doenças ou acidentes. Para derrotar a violência doméstica, é preciso educar as pessoas com respeito e igualdade e conscientizá-las sobre o problema. Cada um de nós pode fazer algo para conscientizar as pessoas e mudar esse cenário."
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Image captionGwyneth Paltrow, atriz vencedora do Oscar, aparece em imagem com hematomas no rosto
Essa não é a primeira vez que Alexsandro Palombo manipula imagens de personagens conhecidos para chamar a atenção sobre assuntos polêmicos. Ele abordou o preconceito contra pessoas com deficiência e o apoio a mulheres que enfrentaram o câncer de mama usando princesas da Disney, e colocou os Simpsons no famigerado campo de concentração de Auschwitz para marcar os 70 anos de sua liberação e relembrar os horrores do holocausto.
Image copyrightAlexsandro Pombo
Image captionA modelo Kim Kardashian na campanha de Alexsandro Palombo