sábado, 30 de abril de 2016

Michel Temer recebe benção do pastor Silas Malafaia

Colagem/LeiaJáImagens/FotosPublicasO vice-presidente Michel Temer recebeu a benção do pastor Silas Malafaia na manhã desta quarta-feira (27), no Palácio do Jaburu, em agenda oficial. O pastor, líder do Ministério Vitória em Cristo, da Assembléia de Deus, orou pele peemedebista e desejou sorte em seu provável governo.
Crítico voraz de Dilma e dos filiados do Partido dos Trabalhadores, a quem chama de "Petralhas", Malafaia é um dos ícones do movimento "pela família", que busca cercear os direitos de homossexuais. Ele já promoveu eventos com essa temática, onde contou com a bancada evangélica, entre eles, Marco Feliciano e Jair Bolsonaro.
"Na oração, ele desejou que Deus dê sabedoria ao vice-presidente para que ele dirija a nação para tirá-la do fundo do poço", afirmou Pastor Everaldo, organizador do encontro, em entrevista à Folha de São Paulo.

Atentado com carro-bomba deixa mortos em Bagdá

A explosão de uma bomba em uma estrada utilizada por peregrinos xiitas pertos de Bagdá, no Iraque, deixou pelo menos 14 pessoas mortas neste sábado (30) além de dezenas de feridos. Na região, na periferia leste da capital iraquiana, comerciantes vendem cordeiros e cabras por atacado.

O balanço de vítimas ainda não é oficial. De acordo com a Agência France Presse, 14 morreram e 25 ficaram feridos. Já agência Efe menciona 24 mortos e 25 feridos.  

A bomba explodiu em uma estrada da zona de Nahrawan pela qual passam peregrinos xiitas para irem ao túmulo de Musa al Kazim, o sétimo dos doze imãs do xiismo morto envenenado na prisão no ano de 799 por ordem do califa abásida Harun al Rachid.

Até o momento, nenhuma organização reivindicou a autoria do ataque. No entanto, o Estado Islâmico (EI) e a al-Qaeda já assumiram a responsabilidade por várias ações terroristas desse tipo no país e são os principais suspeitos deste atentado, segundo a Efe.

Na última segunda-feira (25), seis pessoas morreram e 30 ficaram feridas pela explosão de um carro-bomba em um mercado popular no bairro Al Jadidah, no sudeste de Bagdá.

Relator praticou ato pelo qual Dilma é acusada, dizem senadores do PT

Representantes do PT na comissão especial do impeachment, os senadores Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffmann (PR) e Fátima Bezerra (RN) acusaram nesta sexta-feira (29) o relator do colegiado, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), de ter praticado os mesmos atos atribuídos à presidente Dilma Rousseff no pedido de afastamento na época em que governou Minas Gerais.
De acordo com os senadores do PT, ao longo dos quatro anos em que Anastasia esteve à frente do governo mineiro (2010 e 2014), ele descumpriu a meta fiscal.
O pedido de impeachment protocolado no Congresso Nacional pelos juristas Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo e Janaina Paschoal acusa Dilma de ter editado decretos suplementares sem autorização do Legislativo e de ter atrasado repasses do Tesouro Nacional a bancos públicos para pagar benefícios sociais que acabaram melhorando artificialmente a situação fiscal do país, as chamadas "pedaladas fiscais"."Nos quatro anos em que o senhor [Anastasia] foi governador, o senhor não cumpriu a meta um ano sequer, um ano sequer", ressaltou Lindbergh ao relator durante a sessão da comissão especial na qual os ministros José Eduardo Cardozo (AGU), Nelson Barbosa (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura) foram fazer a defesa de Dilma.
Imediatamente, parlamentares da oposição saíram em defesa de Anastasia. "Espera aí, é o impeachment do Anastasia que nós estamos vendo aqui?", interveio o senado José Medeiros (PSD-MT).
Já o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disse que era "uma deslealdade ficar atacando o relator".

Em meio à discussão, Anastasia reagiu e disse que deixou o governo de Minas há mais de dois anos.
"Queria relembrar a todos que o objeto desse processo de impedimento é a senhora presidente Dilma Rousseff. Não é o meu mandato de governador de Minas ou o mandato de qualquer prefeito, do ex-presidente Fernando Henrique, do ex-presidente Lula. É da senhora Dilma Rousseff. Eu deixei o governo de Minas há mais de dois anos. Aliás, dizem que estão saudosos de mim por lá. Mas o meu mandato acabou”, enfatizou.

O senador do PSDB acrescentou ainda que não seria “qualquer voz trovejante” que iria alterar o seu senso de responsabilidade na execução do relatório da comissão especial do impeachment. “Nós vamos nos cingir aqui aos autos. Vamos discutir o que está no processo", disse.

“Vossa excelência quer cassar a presidente por um ato que fez como governador? Como vossa excelência justifica isso?”, voltou a provocar Lindbergh.

O senador petista também questionou a isenção de Anastasia para conduzir a relatoria do processo de afastamento de Dilma na medida em que integra o principal partido de oposição ao governo petista. Para ele, se trata de uma “acusação partidarizada”.
Segundo Lindbergh, a mudança de entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os atrasos de pagamentos aos bancos públicos, processo que ficou conhecido como "pedaladas fiscais", se deu após a edição dos decretos com crédito suplementar por parte do governo federal.
"Os senhores estão apoiando um golpe fajuto, feio, para colocar Michel Temer no governo. A gente começa a se assustar com os nomes dos ministros: Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. Por trás de tudo isso, desse golpe, tem um programa, a 'Ponte para o Futuro', com o fim da política de valorização do salário mínimo e da indexação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo", complementou o senador do PT.'Tiro sai pela culatra'
Ao elaborar uma pergunta para José Eduardo Cardozo na sessão, a senadora petista Fátima Bezerra também acusou Anastasia de ter praticado "pedaladas fiscais" em Minas Gerais. A parlamentar do Rio Grande do Norte afirmou que as manobras foram utilizadas por vários gestores estaduais e municipais, “inclusive” o próprio relator da comissão do impeachment.
Em resposta à Fátima Bezerra, Anastasia disse que a senadora deveria tomar “cuidado” com o que dizia na comissão porque poderia colocar a perder todo o “esforço” da defesa de Dilma em delimitar o objeto do processo de impeachment, falando de fatos que não estão sob análise do colegiado.
“Tem que ter cuidado. Nós estamos num processo que é jurídico, como diz o advogado-geral. Cuidado com a expressão das palavras, porque isso vai ao contrário, pode abrir um objeto que a senhora não deseja. Então, é só esse alerta que eu faço: pra ter muito cuidado com os argumentos, porque como diz o ditado, o tiro sai pela culatra”, ironizou Anastasia.
Ao longo da sessão desta sexta-feira, Cardozo reiterou aos senadores que o único objeto da denúncia que poderia ser analisado eram as “pedaladas fiscais” e os seis decretos de crédito suplementar editados em 2015.
'Desespero'
Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma, Gleisi Hoffmann também trocou farpas com Anastasia questionando a isenção dele para conduzir o processo acusando-o de ter adotado, quando esteve à frente do governo de Minas, as mesmas práticas que hoje pesam contra a presidente Dilma.
“Eu quero falar, sim, das contas dos estados. Não quero falar aqui para justificar o que a presidente Dilma fez, para justificar o que o governo federal fez. Eu quero falar apenas para mostrar a violência desse julgamento em relação à presidente Dilma, o excesso de rigor que se está usando para se caracterizar como crime práticas orçamentárias usuais nas gestões estaduais”, disse.

Anastasia revidou dizendo que o debate deveria se restringir ao impeachment de Dilma e insinuou que a base governista estava desesperada ao tentar desviar o foco da discussão. “O desespero, muitas vezes, é um mal conselheiro”, afirmou.

E prosseguiu nas farpas dizendo que a reação da senadora Gleisi deveria ser porque ele conseguira se eleger governador de Minas e ela não foi bem-sucedida nas eleições para o governo do Paraná.

Ele afirmou ainda que se manterá "sereno” e fará o seu parecer com “bases técnicas". “Não confunda a minha serenidade com tolerância a agravos à minha dignidade”, disse Anastasia.

Homem que correu fantasiado de Hulk não consegue voltar à ‘forma humana'

Paulo Henrique recebe ajuda de uma vizinha para tentar remover a tinta verde do corpoPara aguentar o difícil trajeto, com várias subidas inclinadas, do Desafio da Paz, no Complexo do Alemão, o guardião de Piscina Paulo Henrique dos Santos, de 35 anos, resolveu se fantasiar de o Incrível Hulk e buscar forças dignas do herói do cinema. Durante a competição, no Complexo do Alemão, a fantasia fez sucesso. Mas na hora de se livrar dela, a surpresa: Paulo Henrique não conseguiu voltar à “forma humana”.
Mesmo depois de passar horas debaixo do chuveiro, tentando remover a maquiagem usada para compor o personagem, ele continua totalmente verde.
Nem com a ajuda de vizinhos, Paulo Henrique conseguiu se livrar da fantasia de Hulk- Fiquei horas no banho tentando tirar essa maquiagem e nada. Tive que pedir ajuda à minha namorada. O pior é que a tinta nem diminuiu. O produto está impregnado no meu corpo. Mesmo esfregando sabão, continuo verde - comentou ele.

Paulo Henrique contou que levou pelo menos uma hora para se maquiar. Ele usou dois potes do produto, comprado sábado numa loja do mercadão de Madureira. Ele garante que vai processar o fabricante e a loja onde comprou a maquiagem:
- Estava feliz por poder correr na minha comunidade e mostrar ao mundo o que temos de bom aqui, além de divulgar meu trabalho como cantor. Agora estou muito triste, sem saber o que fazer. Estou constrangido com essa situação.


Morador da Vila Cruzeiro, onde é conhecido como MC Marronzinho, Paulo teme ter uma intoxicação causada pela maquiagem. Além disso, está preocupado com a possibilidade de não conseguir trabalhar.
- Não posso ir assim. Tomo conta de piscinas em condomínios na Barra e Recreio. Vou esperar até amanhã, se a tinta não sair, irei ao hospital - concluiu.

Paulo Henrique é morador da Vila Cruzeiro
O rapaz levou pelo menos uma hora para se maquiar. O produto foi comprado no Mercadão de Madureira
Paulo Henrique quer processar a loja e o fabricante da maquiagem que passou no corpo

BOMBA! Áudio de senador do PMDB

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Em discurso, deputado afirma que “mulheres de verdade” não querem ser empoderadas (video)

Depois de muita discussão, o plenário da Câmara Federal aprovou no final da noite de ontem (27), por 221 votos a favor, 167 contra e uma abstenção, a criação de duas novas comissões técnicas permanentes na Casa: Defesa dos Direitos da Mulher e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.
deputado flavinhoEntre os que se colocaram contra o início das novas comissões, o deputado Flavinho (PSB/SP) fez um discurso que chamou a atenção pelo tom preconceituoso. “As mulheres que estão lá fora, que não são feministas, como muitas aqui, a mulher de verdade que está lá fora ralando para sobreviver não quer empoderamento. Ela quer ser amada. Ela quer ser cuidada”, afirmou sob protestos das deputadas presentes.
Flavinho ainda disse às parlamentares que elas não representam as brasileiras. “E não venham me dizer que nós, homens, não entendemos de mulher. Entendemos, sim. É que as senhoras, muitas vezes, não entendem o que é ser amadas e acham que essas mulheres não querem ser amadas como as senhoras. Respeitem as mulheres do Brasil que querem ser mães, que querem ser amadas”, enfatizou.
Assista à fala do deputado a partir de 1:47.

Assembleia de acionistas aprova reestruturação da Petrobras

Acionistas da Petrobras aprovaram nesta quinta-feira (28), nas Assembleias Gerais Extraordinária e Ordinária realizadas na sede da empresa, mudanças no estatuto social da companhia e os nomes dos integrantes do Conselho de Administração (CA) e do Conselho Fiscal, com a manutenção do conselheiro Luiz Nelson Guedes de Carvalho como presidente do CA, cargo que já ocupava desde setembro de 2015.
O estatuto social da companhia passa a ter maior aderência às boas práticas de governança, com alteração do prazo de mandato dos Conselheiros, que passa a ser de dois anos, com limite máximo de duas reeleições consecutivas; redução do número de membros remunerados do CA de 18 para 10, com a extinção do cargo de suplente; e a ocupação das funções de presidente do Conselho de Administração e de presidente da companhia por pessoas distintas.
Novo modelo de governança e gestão organizacional
As alterações no estatuto reforçam as ações já aprovadas pelo CA que resultaram na diminuição de 43% nas cerca de 5,3 mil funções gerenciais em áreas não operacionais, superando a meta inicial fixada em 30%. Além da redução das funções gerenciais, a nova estrutura também contempla a fusão de áreas e a redistribuição de atividades. Com essas medidas a companhia estima alcançar uma redução de custos de até R$ 1,8 bilhão por ano.
O novo modelo traz mais qualidade e segurança ao processo decisório da companhia e prevê maior responsabilização dos gestores, com o estabelecimento de competências individuais para os membros da Diretoria Executiva e a criação de Comitês Técnicos Estatutários. Os gerentes executivos que integrarão os Comitês terão como função analisar previamente e emitir recomendações sobre os temas a serem deliberados pelos diretores executivos e estarão submetidos aos mesmos deveres e responsabilidades impostos aos administradores, de acordo com o artigo 160 da Lei 6.404/76, que rege a S/A Anônimas. Por seu caráter estatutário, os atos dos Comitês estarão sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O novo modelo prevê, ainda, como competência do Conselho de Administração, a aprovação de critérios técnicos, de integridade e de conformidade, que deverão ser observados quando da eleição dos membros da Diretoria Executiva e da indicação dos gerentes executivos.
Membros do Conselho de Administração
Entre os eleitos para o CA permanecem, além de Luiz Nelson Guedes de Carvalho, conselheiro da BM&FBOVEPA, Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, Jerônimo Antunes, professor em Ciências Contábeis da USP, Segen Estefen, professor da UFRJ e Francisco Petros, economista e advogado especialista em Direito Societário, mercado de capitais e governança corporativa. O novo conselheiro é Durval José Soledade Santos, professor da FGV Direito Rio.
Os acionistas minoritários que possuem ações ordinárias reelegeram para o CA Walter Mendes de Oliveira Filho, diretor executivo do Comitê de Aquisições e Fusões (CAF). Os preferencialistas reelegeram Guilherme Affonso Ferreira, que foi conselheiro do grupo Pão de Açúcar, Unibanco e atualmente da Sul América e Gafisa. A engenheira de petróleo Betânia Rodrigues foi eleita como representante dos empregados.
Membros do Conselho Fiscal
Para o Conselho Fiscal, foram eleitos pelo acionista controlador como titulares William Baghdassarian, Marisete Fátima Dadald Pereira e Luiz Augusto Fraga Navarro e, como suplentes, Paulo José dos Reis Souza, Agnes Maria de Aragão da Costa, e César Acosta Rech. Os eleitos pelos acionistas minoritários detentores de ações ordinárias e preferenciais foram, como titulares, Reginaldo Ferreira Alexandre e Walter Luis Bernardes Albertoni. Como suplentes, Mário Cordeiro Filho e Roberto Lamb.

Comissão do impeachment ouve nesta sexta Cardozo, Barbosa e Kátia

A comissão especial que analisa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado ouve nesta sexta-feira (29) o depoimento dos representantes da defesa. Deverão falar em nome de Dilma o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Agricultura, Kátia Abreu.

Os depoimentos ocorrem um dia após a sessão de 9 horas que ouviu dois dos autores do pedido de impeachment, os juristas Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. O terceiro autor, o advogado Hélio Bicudo, que é um dos fundadores do PT, não compareceu, mas foi representado por sua filha, Maria Lúcia Bicudo.A ida dos ministros da Agricultura e da Fazenda foi aprovada pela comissão no último dia 27, quando ficou definido o cronograma do colegiado, que também incluía a sessão desta quinta com os autores do pedido de impeachment, e sessões na segunda e na terça-feira da próxima semana com juristas e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União (veja cronograma ao final desta reportagem).

Os trabalhos da comissão especial começaram na terça-feira (26), com a eleição do relator, senador Antonio Anastasia(PSDB-MG), a quem caberá elaborar um parecer recomendando a instauração ou o arquivamento do processo para ser apresentado no dia 4 de maio e votado no dia 6. Para presidir o colegiado foi eleito o senador Raimundo Lira (PMDB-PB).
A expectativa é que o relatório de Anastasia seja submetido ao plenário principal do Senado no dia 11 de maio. Para ser aprovado, é necessário haver maioria simples dos senadores (41 de 81). Se for favorável à instauração do processo, Dilma será afastada da Presidência da República por 180 dias. Nessa hipótese, o vice-presidente, Michel Temer, assumirá o comando do Palácio do Planalto.
Autores de denúncia contra Dilma
A sessão da comissão especial para ouvir os juristas Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal nesta quinta-feira foi tumultuada, teve bate-boca entre os parlamentares e terminou só na madrugada de sexta.

Em seus depoimentos, os juristas reiteraram que o processo não é “golpe”, ao contrário do que acusa o governo. Disseram ainda que o pedido tem caráter técnico jurídico-político e que há provas de que Dilma cometeu crime de responsabilidade.

“Nunca vi crime com tanta impressão digital”, disse Miguel Reale Júnior ao comentar a edição de decretos liberando créditos extraordinários sem o aval do Congresso – um dos pontos que fundamentam o pedido de impeachment.A sessão transcorreu na maior parte do tempo em clima tenso, com trocas de farpas e acusações entre senadores governistas e oposição. Logo no início, senadores da base aliada questionaram a isenção do relator da comissão, Antonio Anastasia (PSDB-MG), para conduzir o processo. Em reação, oposicionistas acusaram petistas de tentarem "sabotar a comissão".

As discussões se arrastaram por mais de uma hora e meia sobre a votação de requerimentos antes que Reale Júnior pudesse começar a falar. Ao tratar do impeachment, o jurista sustentou que as “pedaladas fiscais”, de que o governo Dilma é acusado de praticar, tiveram como objetivo fazer com que a petista vencesse as eleições presidenciais em 2014.

As chamadas pedaladas, apontadas como um dos argumentos para o impeachment, são manobras de atraso de repasses do Tesouro Nacional a bancos públicos para pagar benefícios sociais com o objetivo de melhorar artificialmente a situação fiscal do país. As práticas, segundo os juristas, caracterizam crime de responsabilidade. Para Reale, o governo agiu de maneira irresponsável para maquiar as contas públicas e prejudicou a população.

A professora de direito Janaína Paschoal, que falou após Reale, disse que há “crime de sobra” para justificar o impeachment de Dilma e defendeu que os senadores levassem em conta na análise doprocesso as investigações da Operação Lava Jato, que apura desvios de dinheiro da Petrobras.Nem 'pastora', nem 'mãe de santo'

Com um discurso muitas vezes inflamado, a jurista se emocionou em alguns momentos e se exaltou em outros. Com os olhos marejados e a voz embargada, chamou a Constituição Federal de “livro sagrado” e disse que queria que “as criancinhas, os brasileirinhos” acreditassem “que vale a pena lutar por esse livro sagrado”.
Janaína também contou que se sensibilizou quando, certa vez, viu uma entrevista da presidente Dilma em que ela relatava ter tido vontade de ser bailarina. “Eu falei: ‘É uma mulher firme, de alma sensível’. Eu criei uma expectativa enorme. [Mas] A bailarina se perdeu. A bailarina se perdeu e não me deixou alternativa”, disse.
Próximas falas na comissão:

2 de maio (segunda-feira):
Júlio Marcelo de Oliveira, procurador de Contas junto ao Tribunal de Contas da União (TCU)
Carlos Velloso, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF)
José Maurício Conti, professor da USP
3 de maio (terça-feira):
Professor Geraldo Luiz Mascarenhas prado, professor da UFRJ
Ricardo Lodi Ribeiro, professor da UERJ
Marcello Lavenère, ex-presidente da OAB

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Cunha emplaca aliado em comissão que julgará seus recursos

Com atraso de dois meses, as 25 comissões temáticas permanentes da Câmara dos Deputados serão instaladas na próxima semana, após os líderes dos partidos definirem nesta quinta-feira a divisão do comando dos colegiados. Com a maior bancada da Casa, o PMDB comandará as principais comissões, entre elas a de Constituição e Justiça (CCJ). O deputado paranaense Osmar Serraglio deve ser o escolhido para ficar à frente da CCJ. A comissão, neste ano, será responsável por analisar os recursos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra o processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.

Serraglio é também alinhado com a bancada ruralista e foi o relator da proposta de emenda à Constituição que retira do Executivo o poder de demarcar terras indígenas e o transfere para o Congresso Nacional.

O PMDB também presidirá as comissões de Finanças e Tributação e Viação (será indicada para a presidência a deputada paraense Simone Morgado) e Viação e Transportes (que deve ser presidida pelo deputado fluminense Washington Reis).

O PT divulgou na tarde de hoje os deputados que vão presidir comissões controladas pela legenda. Léo de Brito (AC) foi escolhido para presidir a Comissão de Fiscalização e Controle; o deputado Padre João (MG) vai comandar a Comissão de Direitos Humanos, e Chico D'Angelo (RJ) ficará à frente da Comissão de Legislação Participativa.

O PSDB presidirá Defesa do Consumidor, Relações Exteriores e a Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. As três comissões que serão presididas pelo PSDB serão Defesa do Consumidor, Defesa do Idoso e Relações Exteriores. O PP, que cresceu a bancada com a “janela partidária”, terá as presidências das comissões de Agricultura e Seguridade Social e Família.

As comissões de Minas e Energia e Defesa dos Direitos da Mulher serão presididas por deputados do PR. O PSB comandará Integração Nacional e Meio Ambiente, já o PSD ficará com as comissões de Desenvolvimento Econômico e Turismo.

A lista segue com Ciência e Tecnologia (DEM), Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (PSC), Desenvolvimento Econômico (SD), Educação (PTB), Esporte (PRB), Participação Legislativa (PCdoB), Segurança (PTN) e Trabalho (PDT). Partidos como PSOL, PMB e Rede não ficaram com nenhuma presidência de comissão.


As indicações para compor as comissões devem ser feitas até a próxima terça-feira, dia 3, e só no dia seguinte haverá a instalação dos trabalhos. Nesse ano, a instalação dos colegiados ocorreu com atraso, porque a Câmara esperou a mudança de partidos dos deputados permitida pela janela para que as comissões fossem divididas de acordo com o tamanho das bancadas após o troca-troca.

A Comissão Mista de Orçamento, que reúne deputados e senadores, será presidida este ano pelo PMDB da Câmara e a indicação será o deputado Sérgio Souza (PR).


CUNHA MINIMIZA INDICAÇÃO CCJ

Eduardo Cunha minimizou o fato de Serraglio ter sido indicado para presidir a CCJ. Ele elogiou o deputado, que foi relator da CPI do Mensalão, e afirmou que "toda a bancada do PMDB é sua aliada".

— Toda a bancada do PMDB é minha aliada política, qualquer um, e o deputado Osmar Serraglio é um dos melhores quadros dessa casa, relator da CPI do Mensalão. Graças a ele, muitas das condenações do mensalão puderam ocorrer. Ele tem um grande mérito no combate à corrupção do PT no governo. A discussão dentro do PMDB não está se dando por ser Eduardo Cunha, está se dando dentro da lógica de poder da bancada e de reunificação da bancada, e isso vai propiciar uma facilidade dessa união.
Perguntado se esperava celeridade no julgamento de um dos recursos que estão na comissão, sobre seu processo no Conselho de Ética, já que o PMDB controlará a CCJ, o peemedebista disse que deverá apresentar novos recursos e que qualquer recurso deve, em sua opinião, ser julgado de forma célere.

— Não tem sé esse (recurso), deverão haver outros recursos meus. Deveria ter celeridade na apreciação de um recurso dessa natureza em qualquer circunstância, nada a ver com o PMDB. Mas não é o fato de caber ao PMDB a CCJ que haverá ou não celeridade - afirmou, explicando que, por um acordo político, o PP controlou a comissão no ano passado, mas que já estava acordado que ela voltaria às mãos do PMDB este ano.
PICCIANI: GESTO DE UNIFICAÇÃO
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), explicou que sua indicação para a presidência da CCJ seria a o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), mas foi pedido pelo grupo que votou contra sua recondução na liderança do partido e que trabalhou pelo impeachment que fizesse um gesto de unificação da bancada e aceitasse Osmar Serraglio (PMDB-PR). Picciani disse que conversará com Pacheco para que ele aceite a indicação, com o compromisso de ser apoiado em 2017 para a função. Perguntado sobre a possibilidade de Serraglio favorecer Cunha no comando da CCJ, Picciani negou:
— O deputado Osmar Serraglio tem um histórico de correção, de conduta ilibada, atuou como relator da CPI dos Correios, uma atuação muito marcante. Portanto é alguém comprometido com a transparência, comprometido com a correção, com a coisa pública e com a correção na política. Não imagino que o deputado Osmar Serraglio ou o deputado Rodrigo Pacheco tomariam qualquer tipo de medida não republicana, que não prevista no regimento. Eu não quero falar de quem as pessoas são próximas ou não.